segunda-feira, 4 de julho de 2016

Conhecendo as aves de Alagoas e um pouquinho de Sergipe

26/02/2016 (sexta) 
Fazia tempo que eu queria conhecer as aves de Alagoas. Meu maior desejo era fazer uma foto do pintor-verdadeiro. A amiga Ester Ramirez já havia me convidado, mas ainda não tinha tido oportunidade. Um belo dia resolvi ir. Contatei o guia Sergio Leal, que conhece todos os lugares e a avifauna do Estado. Guia exemplar, conservacionista, cuidadoso, super ético, um artista com artesanato e agora um grande amigo. Eu convidei o amigo Emerson Kaseker para ir e ele me acompanhou nesta aventura. Cheguei em Maceió e fiquei hospedada no Hotel Palmanova.

Fotos: Silvia Faustino Linhares - © 2016 All rights reserved / No usage permited without prior written consent 
Todos os direitos reservados / Não use sem permissão por escrito

27/02/2016 (sábado) 
Acordamos cedo e partimos de Maceió para Piranhas, onde conheci o Instituto Palmas.
Fui parando para registrar uma ave pelo menos em cada município alagoano. Em Senador Rui Palmeira/AL fiz uma foto linda do cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana) na altura dos olhos de dentro do carro no acostamento.

cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana)
Na frente do Instituto fiz uma foto inusitada. Um belo felino caçando, sim, um gatinho fofo, mas muito esperto.


Em Piranhas pegamos um barco para Canindé de São Francisco/SE. Assim eu garanti a bandeirinha de SE no colete fotográfico. Navegar pelo velho Chico foi emocionante. Paramos no restaurante Angicos, que pensávamos pertencer ao Município de Poço Redondo, mas que fica em Canindé.


Navegando pelo velho Chico
No fundo do restaurante havia muitas aves, na realidade, encontramos um belo bando misto. E fomos seguindo a trilha morro acima, fotografando bastante, registrando muitas aves, inclusive um lifer para mim: caneleiro-enxofre (Casiornis fuscus). Também consegui fazer "fotaça" no limpo do garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris) - quem é do meio sabe o que isso significa.

caneleiro-enxofre (Casiornis fuscus)
garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris)
Super cansada pela subidinha "sem fim" até o ponto principal, o Sérgio perguntou se eu queria desistir e voltar. Nunca! Faltando 700 metros para o ponto onde Lampião foi morto, eu não poderia deixar de fazer uma "selfie" lá rs rs rs . Consta que a Grota de Angicos fica no município do Poço Redondo, mas o restaurante pertence à Canindé. Como fotografei com GPS, acho que deve ficar bem no limite dos dois municípios.

Grota de Angicos
Memorial na Grota de Angicos
No caminho para a grota fiz um lifer muito desejado: o belo piu-piu (Myrmorchilus strigilatus). Este estava na minha lista negra, de aves ouvidas e não vistas. Desta vez, ele colaborou.

piu-piu (Myrmorchilus strigilatus)
Já quase escurecendo, vimos um mocó. O mocó (Kerodon rupestris) é um roedor da família Caviidae, encontrado em áreas pedregosas do leste do Brasil, principalmente na região Nordeste, onde é geralmente utilizado como alimento. "Mocó" é oriundo do termo tupi mo'kó, que signica “bicho que roi”.

Mocó
De volta ao restaurante, aproveitei para conhecer o pequeno Museu com artefatos sobre a história de Lampião e seu bando e comprar artesanatos para fomentar o comércio local.

Pequeno museu ao lado do Restaurante Angicos
 O mais legal é que o restaurante possui WhatsApp comunitário...rs rs rs


Navegando de volta, avistei um menino pescando e fiz uma foto dele. Uma realidade tão diferente das crianças nas grandes cidades. Fiquei muitos dias com esta cena na memória.


28/02/2016 (domingo) 
De Piranhas fomos para Pão de Açúcar (não, não é aquele lugar famoso no Rio de Janeiro rs rs rs). Mas tem Cristo Redentor. Ah! Isso tem...


Fomos direto encontrar o amigo Pedro Teia. Um sujeito incrível. Conhece muito a avifauna local. É um ser humano ímpar.

Pedro (Teia) Pereira Rodrigues 
Procuramos aves num local próximo a um pasto e não tinha nada interessante. Depois Pedro nos acompanhou para tentar a arredia codorna do nordeste. E nada. E nada mesmo. Começamos a papear, de repente a moita a uns cinco metros se mexeu. A danadinha estava mais perto de nós do que eu imaginava. Eu a vi sair da moita de costas pra nós, correndo feito uma desesperada. A primeira foto focou o capim, a segunda, sem chances de identificar qualquer ave, que dirá uma codorna-do-nordeste (Nothura boraquira). Eu fiquei tão sem ação que vou contar. Era como se eu estivesse pregada no chão. Nem pra pular a cerca e correr atrás dela.

codorna-do-nordeste (Nothura boraquira)
Porém, mais triste do que não ver a codorna foi me deparar com essa cena. Espero que um dia essa "cultura" acabe. Ser humano! De humano não tem nada...quase que só tem é bicho adestrado por um mundo cão.


Ao sair do restaurante percebemos que a placa dianteira havia caído e se perdido. E toca lembrar onde poderia ter sido. Achamos que foi numa baita poça d'água, indo ou voltando da codorna. Foi estresse total. Voltamos na poça d'água, o Sergio e até umas pessoas que pararam para ajudar caminharam descalços dentro dela e nada. Para andar sem a placa precisávamos fazer Boletim de Ocorrência. Agora pasme: Domingo - Delegacia fechada. ACREDITA NISSO? A locadora por telefone nos orientou fazer um boletim eletrônico, mas não conseguíamos conectar nem por decreto (nem sei porque a gente paga uma fortuna em rede 3G se quase nunca funciona).

Sérgio Leal procurando a placa
Retornamos à casa do Pedro e ele gentilmente nos cedeu seu computador para fazermos um irritante BO eletrônico. Era campo de preenchimento que não acabava mais. Enfim conseguimos e seguimos caminho, não antes de fazer belas fotos de um bando de andorinhão-do-buriti (Tachornis squamata) na altura do olho.

andorinhão-do-buriti (Tachornis squamata
De Pão de Açúcar seguimos para Quebrangulo. Nosso destino era a bela Reserva Biológica (Rebio) de Pedra Talhada, que situa-se entre Alagoas e Pernambuco.


Após chegar e arrumar nossas coisas, já de noite, fizemos foto da murucututu (Pulsatrix perspicillata), que cantou a noite toda ao lado da janela do alojamento.

 murucututu (Pulsatrix perspicillata)
Só para constar, a Rebio Pedra Talhada é um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica do interior de Alagoas e Pernambuco, preservando importantes trechos das Florestas do Interior de Pernambuco e muitas aves endêmicas e algumas espécies ameaçadas de extinção. É administrada pela Nordesta, fundada em 15 de maio de 1985, em Genebra, com o objetivo de preservar as florestas tropicais e melhorar as condições de vida das populações rurais. Tem a bióloga suíça Anita Studer à frente dos trabalhos, diga-se lá, com muita competência.

Pedra Talhada
O alojamento, cheio de pássaros. No fundo a Pedra Talhada
29/02/2016 (segunda-feira) 
Passamos o dia todo andando nas trilhas da Rebio. Foi um dia de muitos lifers e fotos belíssimas. A pequena juruviara (Vireo chivi) chegou e se mostrou. Pensa num bicho comum, mas cheio de charme... é ela, a juruviara em pose de princesa. Primeiro registro fotográfico no Wikiaves para o município.

juruviara (Vireo chivi)
Não menos emocionante foi o nosso encontro com o papa-taoca-de-pernambuco (Pyriglena pernambucensis). Ave lindíssima e muito simpática para foto.

papa-taoca-de-pernambuco (Pyriglena pernambucensis)
O arapaçu-rajado-do-nordeste (Xiphorhynchus atlanticus) também compareceu. Falo que arapaçus são as lagartixas das árvores...andam coladinhos, rápidos como foguetes, aparecem e somem num piscar de olho e pior...voam e desaparecem...

arapaçu-rajado-do-nordeste (Xiphorhynchus atlanticus)
Para mim, esse foi o bicho da viagem: formigueiro-de-cauda-ruiva (Myrmoderus ruficaudus), vá ser lindo assim em outro planeta. O Sérgio, com todo o cuidado do mundo, conseguiu me colocar pertinho dele, foi emocionante, mesmo ante a falta de luz do tipo de ambiente que ele gosta.

formigueiro-de-cauda-ruiva (Myrmoderus ruficaudus)
Porém foi nos arredores do alojamento que fiz finalmente, o pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa), motivo principal dessa viagem. É lindo demais. O desafio proposto pelo amigo Sergio é montar um look com base nas cores dele. Será que consigo? Uma hora dessas eu tento. Não consegui uma baita foto, mas juro que voltarei pra melhorar.

pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa)
Aí tinha que ter um synallaxis para me pertubar o juízo, né? Um tal de tatac (Synallaxis infuscata) super ligeiro e nervosinho. Vá gostar de ficar embrenhado assim na casa do chapéu...foi um parto fazer foto desse bichinho...Ele não quis e nem tinha tinha a mínima intenção de ser capa de livro, e olha aí, uma das melhores fotos que consegui...se não fosse a paciência e competência do Sergio, nem isso eu teria...kkkkkkk

tatac (Synallaxis infuscata
Deu até pra brincar de artista retratando esta fofurinha de beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata) de forma especial. Este vai virar quadro com certeza.


À tarde rodamos a estradinha atrás do anumará (Curaeus forbesi), vai pra qui, vai pra li, e finalmente encontramos. Já ficando escuro, ave preta, fim do dia, sem luz, muito distante. É "uma beleza", tudo o que um fotógrafo de aves "adora" (essa frase contém ironia rs rs rs).
Sim, este é o anumará (Curaeus forbesi), com 2+ de exposição
O jeito foi voltar pra jantar e dormir. Dona Quitéria, um anjo de pessoa, fazia nossas refeições. Nada a reclamar, somente da balança, pois era impossível comer pouco por lá e não engordar. Dormi cedo.

D. Quitéria abraçando a netinha 
01/03/2016 (terça-feira) 
Acordamos cedo e subimos o morro por uma trilha no meio do pasto, íngreme e difícil demais de caminhar pro meu gosto. Fiquei tensa e cansada. Mas pelo menos compensou, eu fiz dois lifers importantes: cara-pintada (Phylloscartes ceciliae) e beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii).

Será que chego? (foto by Emerson)
cara-pintada (Phylloscartes ceciliae)
beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii)
Vimos alguns pequeninos mais comuns como arapaçu-verde (Sittasomus griseicapillus), choquinha-lisa (Dysithamnus mentalis), risadinha (Camptostoma obsoletum), tiê-galo (Lanio cristatus), saíra-militar (Tangara cyanocephala), entre outros. 

Ao retornarmos à sede, paramos no ponto do anumará (Curaeus forbesi), e desta vez consegui foto melhor. É uma ave ameaçada de extinção. A situação taxonômica desta rara espécie foi, durante muito tempo incerta; era por vezes considerado um híbrido raro entre Gnorimopsar chopi e Chrysomus ruficapillus. Foi colocado no gênero Curaeus porque a forma do bico é semelhante ao de Curaeus curaeus.

anumará (Curaeus forbesi)
Registrei bem o bico-chato-amarelo (Tolmomyias flaviventris), piolhinho (Phyllomyias fasciatus) e o fruxu-do-cerradão (Neopelma pallescens).

Voltei mortinha de cansaço para a sede. Tomei um banho gelado e revigorei. Tentamos algumas aves na parte da tarde, no entanto, foi bem improdutivo. Os bichos não estavam respondendo.

Viajamos de volta à noite para Maceió. Cheguei no Hotel Palmanova achando que era dia 2. Eu me confundi pois não me toquei que era ano bissexto. A reserva era a partir do dia 2 e não 1 como eu supunha. Erro bobo de logística. Não havia quarto disponível, mas o pessoal do Palmanova conseguiu vaga numa pousada ao lado e dormimos para o dia seguinte seguirmos para Murici.

02/03/2016 (quarta-feira) 
Levantamos cedo para ir à Murici, a estrela seria a choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi), uma coisinha cinza, sem graça, no entanto raríssima. É endêmica da floresta atlântica acima do Rio São Francisco, mas só foi encontrada em Alagoas e Pernambuco. Inserida na mais crítica categoria de ameaça, sofre com a redução e fragmentação do habitat. No entanto, ela me esnobou, sequer respondeu ao nosso chamado, nem que fosse bem de longe. Para compensar o Sergio achou um casal de barranqueiro-do-nordeste (Automolus lammi), ave difícil de registrar, **Ameaçada de extinção**, o que me deixou muito, mas muito, feliz. Pena que foi apenas uma manhã no local, mas espero retornar e conseguir a tal choquinha.

barranqueiro-do-nordeste (Automolus lammi)
Almoçamos um delicioso peixe num restaurante no meio do caminho. Seguimos à tarde para Barra de São Miguel. O passeio foi de barquinho pelo mangue. Para chegar nele tiramos a bota e andamos pela agua até onde ele estava, era muito raso e não tem nenhum deck no local. Tudo para tentar ver a danada de uma saracura-do-mangue, que nem se dignou a dar as caras. E D. Sebastiana mandou bem no remo...

E lentamente, saímos com um arco-iris nos iluminando.
Apenas um maçarico-pintado (Actitis macularius) apareceu para ser fotografado, ainda sim de longe. O jeito foi se contentar com um bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) posudo. Ah! De longe nós vimos o caranguejeiro (Buteogallus aequinoctialis). Mas quem fez bonito pra foto foi o savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea).

 savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea)
a canoa ancorada
Voltamos no fim do dia. Fim da expedição com o Sérgio Leal. Após deixá-lo em sua casa, fomos direto para o Palmanova. Dormi feito anjo. -:)

03/03/2016 (quinta-feira)
Acordei 6 horas e fiquei na cama até as 7. Pouco antes das 8 tomei um senhor café com direito a tapioca e tudo. Estava chovendo muito, aliás, choveu a noite toda. Voltei pro quarto e dormi mais um tanto. O Emerson emplacou o carro, lavou e abasteceu. Ainda cansada da maratona sem parar, após o almoço, ainda com chuva, deletei um pouco de fotos dos cartões e voltei a dormir para recarregar as energias.

Hotel Palmanova 
04/03/2016 (sexta-feira)
Resolvemos fazer um passeio pelas praias do sul. Fomos à Barra de São Miguel, paramos num mangue lá perto da Ilha do Carlito em Marechal Deodoro.

Eu by Emerson
 A idéia era fazer red-ball-lifer (marcar bolinhas no mapinha do Wikiaves), valendo qualquer ave que aparecesse desde uma garça-branca-pequena (Egretta thula) até uma simples lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta).

garça-branca-pequena (Egretta thula)
Red-ball-lifer no mapa do Wikiaves.com.br

Almocei no Mirante da Praia do Gunga. Um prato de lagosta de estalar os beiços kkkkkk.


Depois chegamos em um mangue muito bonito, antes da praia do Gunga, andei descalça nas águas límpidas e me diverti clicando figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor), beija-flor-de-barriga-branca (Amazilia leucogaster) e maçarico-pintado (Actitis macularius).

figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor)
beija-flor-de-barriga-branca (Amazilia leucogaster)
maçarico-pintado (Actitis macularius)
o mangue
Eu (foto by Emerson)
Chegamos em Maceió já escurecendo e paramos na barraca Kanoa para comer, na Praia de Ponta Verde.

05/03/2016 (sábado)
O Sergio Leal (agora somente Serginho) se prontificou levar-nos até o Parque Municipal de Maceió. Foi bem legal, tinha muito udu-de-coroa-azul (Momotus momota). Registrei tangará-falso (Chiroxiphia pareola), ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda), frango-d'água-azul (Porphyrio martinicus), gavião-de-rabo-barrado (Buteo albonotatus) e gavião-pedrês (Buteo nitidus), mas nada do tão sonhado gavião-de-pescoço-branco (Leptodon forbesi).

 udu-de-coroa-azul (Momotus momota)
frango-d'água-azul (Porphyrio martinicus)
O parque possui um bom espaço e uma excelente mata, mas acho que não estive lá num dia bom. Havia um movimento desordenado de quadriciclos pra lá e prá cá, que atrapalhou e muito a observação de aves.



Do parque, o Serginho nos levou para conhecer alguns outros locais, onde a ideia de clicar pelo menos uma ave em um município prevaleceu. Cliquei um belo anu-branco (Guira guira) em Satuba. A cidade de Santa Luzia do Norte hoje só figura no Wikiaves graças a uma única ave fotografada (por mim) de dentro do carro: um pardal (Passer domesticus).

anu-branco (Guira guira)
pardal (Passer domesticus)
Seguimos até o município de Pilar, numa pequena e linda mata e cliquei mais uma "maria", a maria-de-barriga-branca (Hemitriccus griseipectus). Muito lindinha.

maria-de-barriga-branca (Hemitriccus griseipectus)
Almoçamos no Joel Bar e Restaurante na Ilha de Santa Rita, no município de Marechal Deodoro. O show foi por conta do martim-pescador-grande (Megaceryle torquata). No fim da tarde voltamos para o hotel e fui descansar.


martim-pescador-grande (Megaceryle torquata)
06/03/2016 (domingo)
Eu havia convidado a amiga Ester Ramirez e seu esposo Marcos Holanda para ir junto para o interior passarinhar com a gente. Devido a compromissos de trabalho, eles declinaram do convite. Mas não fazia sentido estar em Maceió e não encontrar pessoas tão queridas. Ester, então, nos convidou para conhecer seus locais preferidos no litoral norte.

Ô lugar mais lindo. Fomos até Passo de Caramagibe, andamos um pouco pelas areias e cliquei uns bichinhos entre eles o maçarico-pintado (Actitis macularius). Depois seguimos para o Povoado de Lages em Porto de Pedras.

maçarico-pintado (Actitis macularius)
Fomos conhecer a deliciosa Pousada Aldeia Beijupirá, onde almoçamos depois de fazermos algumas fotos no belo jardim da Pousada. Nem dava vontade de ir embora. Enfim, foi nosso último dia de passeio. No jardim da Pousada eu cliquei o gracioso beija-flor-de-barriga-branca (Amazilia leucogaster bahiae).

beija-flor-de-barriga-branca (Amazilia leucogaster bahiae)

Ester Ramirez e eu

Na maior moleza!

A Beijupirá oferece muito requinte! É um mimo.

Título desta foto: Alto Astral pra dar e vender - Ester Ramirez e eu - by Emerson


07/03/2016 (segunda-feira)
Resumindo, foi uma viagem deliciosa, onde fiz muitos e importantes lifers (algumas aves criticamente em perigo, em extinção e/ou endêmicas), bolinhas vermelhas em 27 municípios de Alagoas e 2 em Sergipe. Passei dias fantásticos na companhia de excelentes amigos. Pude rever as belas paisagens do Estado de Alagoas e saborear deliciosos pratos regionais e acima de tudo, gozar da hospitalidade do povo alagoano e sergipano em todos os momentos da viagem.

O que senti falta? Faltam florestas e mais unidades de conservação da vida selvagem, as poucas que ainda restam correm risco de terminarem em pasto e os ricos manguezais virarem aterro ou plantação de côco. Isso é muito triste, pois nossas autoridades não parecem ter a mínima preocupação com o assunto. Sem preservação, até o turismo, que hoje gera muita renda para o Estado, tende a ser drasticamente reduzido.

Enfim, chegada a hora do retorno a São Paulo, barulhenta, poluída, claustrofóbica e superpovoada. Mas é onde está o meu amado lar.

OBS: Os nomes populares das Aves seguem a lista CBRO 2014 tal qual está no Wikiaves
Se quiser ver minhas fotos e detalhes, use a busca avançado do Wikiaves ou acesse direto o meu perfil

Fotos: Silvia Faustino Linhares - © 2016
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Fim

9 comentários:

  1. haha...muito bom!!!! Adorei recebê-los aqui.
    Beijão

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  2. Silvia, parabéns pela narrativa de sua viagem, me transportou para lá. As fotos e espécies dispensam comentários, afinal já conhecemos sua dedicação e competência para tal. Um verdadeiro show. Abs.

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  3. Querida amiga Silvia.Que delicia ver, ler esta postagem. Me senti junto de vocês nesta aventura. As fotos já são uma narrativa fidedigna, do lugar, do enfoque. Tu és de sensibilidade impar...a criança com as gaiolas,triste realidade de partes do Brasil, deve ser fonte de sustento,penso eu. O copo com água, ou suco, e uma flor de primavera dando um toque especial ao momento. O beija-flor-de-barriga-branca visitando
    a linda flor do hibisco. Obrigado por nos brindar com esta maravilha,um retrato fiel do lugar. Voltarei mais vezes aqui para rever suas postagens. Parabéns.

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  4. Shooooow de relato!!!! Deu água na boca e nos olhos!

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  5. Uma narrativa incrível.
    Fui em Piranhas e Canindé de São Francisco com outro interesse... agora lendo este artigo me deu vontade de voltar para passarinhar. Parabéns pelos registros incríveis e pelos relatos, que muita orgulha a todos nós, nordestinos.

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  6. Adorei Sílvia! A forma como você escreve me levou ao local acompanhando os detalhes da sua linda viagem! Também dá uma vontade danada de conhecer esses lugares. Parabéns e beijos para você!
    Denise Cardoso

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  7. Muito legal, Sílvia, fotaça do garrinchão e jamais tinha ouvido falar do anumará. Bela surpresa! E belas paisagens também. Espero fazer esse roteiro um dia! Abração!

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  8. Excelente texto. Parabéns. Irei a Maceió, no início de outubro sem compromisso com guias. Espero poder contar com a companhia do Cariolando (Cari) na visita ao Parque Municipal de Maceió.

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