segunda-feira, 20 de junho de 2011

Conheça a cigarra-verdadeira, uma espécie que, apesar do nome, é uma ave

Foto: Silvia Linhares (Parque da Cantareira)
Em qualquer festa de aniversário, na hora da foto, ele é lembrado. Junto da pose e do sorriso, o “olha o passarinho!” é inevitável. Então, é claro que, nesta Galeria especial, quem ganha o cartaz é a cigarra-verdadeira, uma espécie que, apesar do nome, é uma ave que tem um canto semelhante ao som emitido pelas cigarras.

Parente dos canários, a cigarra-verdadeira é encontrada somente na mata atlântica. Vive em grupo e realiza longos vôos, sendo que gosta de sobrevoar áreas mais abertas, como pântanos e plantações de arroz. Não costuma ficar muito tempo na mesma área da floresta.


Procura-se!
Nome Popular: cigarra-verdadeira
Nome científico: Sporophila falcirostris
Tamanho: cerca de 10 centímetros.
Local onde é encontrada: Bahia, Espírito Santo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Paraguai e Argentina.
Hábitat: mata atlântica.
Motivo da busca:
animal ameaçado de extinção!
Conhecida como Sporophila falcirostris pelos cientistas, a cigarra-verdadeira ganhou esse nome porque a parte de cima do seu bico é curva e bem mais fina do que a parte de baixo, fazendo com que ele pareça uma foice. Daí o termo falcirostris, que vem do latim e significa “em forma de foice”. Tanto as fêmeas quanto os jovens dessa espécie têm o bico escuro, enquanto, nos machos, ele é amarelo.

As cores diferentes do bico, porém, não são as únicas características que diferenciam as cigarras-verdadeiras. A plumagem também. As fêmeas e os jovens são pardos, enquanto os machos adultos têm uma plumagem cinza azulado e uma faixa branca nas penas das asas.

A cigarra-verdadeira, como muitas espécies de aves, come sementes, sobretudo as de bambu, suas preferidas. É provável que ela se desloque para outros lugares da mata em busca de alimento. Porém, como muitas espécies de bambu, nativas da mata atlântica, não são mais encontradas, a população de cigarras-verdadeiras tende a diminuir. Além disso, a captura e comércio ilegal dessas aves para criação em cativeiro também contribuem para o seu desaparecimento.

Foto: Silvia Linhares (Parque da Cantareira)
Considerada uma ave rara na natureza, a cigarra-verdadeira já não é mais encontrada em determinados lugares. Por essa razão, os cientistas sabem muito pouco sobre o seu comportamento. Algo, porém, é certo: preservar o ambiente em que ela vive, evitar a sua captura e o seu comércio são ações muito importantes para que possamos continuar apreciando a beleza desta ave não apenas em fotografias.


Maria Alice S. Alves e
Maurício B. Vecchi,
Departamento de Ecologia,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Publicado em 27/12/2006 | Atualizado em 30/07/2010

2 comentários:

  1. É mesmo, a frase "olha o passarinho" é bem oportuna. Pássaros são sempre uma visâo prazerosa.
    Um abraço (estou seguindo seu blog)

    Sol

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